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Privacidade de dados e Reputação em tempos de IAs: Qual é o cenário atual?

A nova era da inteligência artificial

O avanço acelerado das inteligências artificiais generativas, como ChatGPT, Perplexity e Gemini, está transformando a forma como acessamos, produzimos e consumimos informação. No entanto, essas tecnologias também impõem novos desafios à proteção de dados pessoais. Alimentadas por grandes volumes de informações coletadas da internet, essas IAs operam muitas vezes sem transparência suficiente sobre as fontes utilizadas ou os critérios adotados na curadoria de dados.

A LGPD e os riscos do uso indevido de dados

A reportagem do jornal O Globo publicada no início de 2025 mostrou que nenhuma das principais inteligências artificiais em operação no Brasil está em conformidade plena com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A legislação, em vigor desde 2020, estabelece princípios como finalidade, necessidade e transparência no uso de dados pessoais.

Foi realizada uma pesquisa pela FGV Direito Rio que apontou que algumas não cumprem os princípios básicos e mínimos, o que demanda atenção e responsabilidade no uso dessas ferramentas.

Entre os principais riscos associados às IAs estão:

– Ausência de mecanismos eficazes de consentimento por parte dos titulares dos dados;
– Falta de clareza sobre a origem dos dados utilizados no treinamento dos modelos;
– Dificuldade em identificar e remover informações pessoais eventualmente reproduzidas.

Esses riscos se agravam quando combinados com a velocidade e a abrangência com que as informações geradas por IA são disseminadas em mecanismos de busca e redes sociais.

O papel da sociedade e dos reguladores

Diante desse cenário, torna-se essencial o papel das autoridades reguladoras, como a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), além de organizações civis, acadêmicas e da própria sociedade. O podcast da Agência Brasília destacou a urgência de se estabelecer uma governança sólida que regulamente o uso ético de dados por tecnologias emergentes.

Governança, nesse contexto, não se limita a criar regras, mas também envolve educar usuários, responsabilizar empresas e construir um ecossistema mais equilibrado entre inovação tecnológica e direitos individuais.

IA e o retrato de uma pessoa ou empresa

Além das questões legais envolvendo transparência e privacidade de dados, existe uma dimensão prática que já impacta diretamente indivíduos e empresas. Ainda não está claro como as IAs e plataformas definem os critérios para coletar, classificar e devolver informações aos usuários — esse processo segue, em grande parte, uma “caixa preta” sem explicações públicas.

Sua reputação, nesses sistemas, acaba sendo um recorte do que as Inteligências Artificiais encontraram sobre o seu nome e do resumo que conseguiram construir a partir desses dados. Muitas vezes, essas ferramentas citam pessoas, fazem associações ou apresentam respostas baseadas em informações públicas antigas, desatualizadas ou fora de contexto.

Esse cenário exige atenção redobrada dos titulares de dados, principalmente em uma era em que a reputação digital pode ser afetada por interações automatizadas. Quando a própria IA apresenta ao usuário um resumo sobre você, ela limita a exploração de outras fontes e concentra em si a decisão do que é relevante.

Reputação digital como escudo preventivo

Não é possível controlar o que as Inteligências Artificiais aprendem nem como elas processam as informações. Por isso, torna-se cada vez mais importante manter uma presença digital sólida e bem posicionada — tanto nos mecanismos de busca quanto diante das próprias IAs, que vêm se consolidando como novas formadoras de opinião.

Como essas ferramentas costumam buscar informações em fontes indexadas pelo Google, cuidar do que aparece nesses resultados é essencial. Muitos gostariam de saber como remover o nome do Google nem sabemos que sempre é algo viável. Nesse cenário, a melhor estratégia é gerenciar os resultados existentes, garantindo que sua imagem digital seja coerente e confiável.

Responsabilidade compartilhada

A responsabilidade pela proteção da privacidade em tempos de IA é coletiva. Empresas de tecnologia devem redobrar a transparência e o cuidado com os dados, usuários precisam conhecer e exercer seus direitos, e reguladores devem acompanhar de perto as inovações que impactam a vida digital de milhões de pessoas.

A inteligência artificial veio para ficar, mas isso não significa que a proteção da privacidade deve ser relativizada. Pelo contrário: quanto mais avançadas forem as tecnologias, mais sofisticadas precisam ser as estratégias de proteção de dados.

Europa pode perder liderança científica sem novo acelerador de partículas

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Falta de consenso e envio de financiamentos colocam em questão a continuidade do projeto que visa desenvolver o Futuro Colisor Circular

O projeto para a construção de um colisor de partículas de grande porte segue em boa direção, mas, caso não seja aprovado o financiamento necessário, a China pode ultrapassar a Europa e assumir a liderança mundial na área da física, afirmou Fabiola Gianotti, diretora do CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), em comunicado divulgado em março de 2025.

Ela destacou que existe uma competição real, especialmente com o país asiático. De acordo com Gianotti, se o projeto do Futuro Colisor Circular (FCC) não avançar, existe um risco significativo de a Europa perder a liderança nas ciências fundamentais, especialmente na física de partículas de alta energia e nas tecnologias associadas.

Acelerador de partículas FCC

O local planejado para a construção do novo acelerador de partículas, na fronteira entre França e Suíça, já está demarcado, e a localização do LHC (Grande Colisor de Hádrons) também pode ser observada ao lado. O LHC, que está em operação em um laboratório subterrâneo entre os dois países, foi responsável por uma importante descoberta em 2012, ao possibilitar a observação do Bóson de Higgs pela primeira vez.

O novo projeto de acelerador de partículas visa ampliar o conhecimento obtido com o LHC e terá um custo estimado de 15 bilhões de euros (R$ 93 bilhões). A expectativa é de que ele comece a operar a partir de 2040.

Para isso, os cientistas planejam a construção de um anel de 90,7 quilômetros de circunferência, a uma profundidade média de 200 metros, conforme informou o Cern após avaliar cerca de cem diferentes possibilidades.

Grande Colisor de Hádrons

O Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) é o maior acelerador de partículas do mundo, localizado no CERN, na Suíça. Ele tem a missão de estudar as partículas subatômicas e as forças fundamentais que governam o universo, colidindo átomos de hidrogênio a velocidades próximas à da luz.

Essas colisões geram condições semelhantes às que existiam nos primeiros momentos após o Big Bang, permitindo aos cientistas investigarem fenômenos como a origem da massa e a natureza da matéria escura. Sua importância vai além das descobertas científicas diretas, pois também impulsiona inovações tecnológicas e metodológicas, com impactos em áreas como medicina, computação e engenharia.

Desafios do projeto

A diretora do CERN afirmou que, até o momento, não existem “obstáculos técnicos” para a realização do projeto e incentivou os países a investirem os recursos necessários para dar andamento ao seu desenvolvimento.

No entanto, o alto custo do projeto representa um desafio, pois os Estados-membros do CERN — 23 países europeus e Israel — têm até 2028 para decidir se irão financiar a iniciativa. A Alemanha, maior contribuinte do laboratório, demonstrou suas reservas no ano passado quanto ao valor solicitado.

Breve história do CERN

O CERN foi fundado em 1954 por 12 países europeus com o objetivo de promover a pesquisa científica em física de partículas. Sua criação surgiu como uma resposta ao crescente desejo de colaboração internacional após a Segunda Guerra Mundial e à necessidade de recursos para impulsionar a ciência de ponta.

Inicialmente, o CERN tinha como missão investigar os mistérios da matéria e da estrutura do universo, utilizando aceleradores de partículas. Ao longo das décadas, a organização se expandiu, tanto em termos de infraestrutura quanto de número de países membros, tornando-se um dos maiores centros de pesquisa científica do mundo.

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SpaceX lança primeira missão a orbitar a Terra de polo a polo

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O objetivo do lançamento é realizar uma série de experimentos científicos e oferecer uma nova perspectiva sobre o planeta

A SpaceX realizou no começo de abril o lançamento da missão privada Fram2, que entrou para a história como a primeira a orbitar a Terra de polo a polo. A bordo da cápsula Crew Dragon, quatro astronautas privados decolaram do Centro Espacial Kennedy com o objetivo de realizar uma série de experimentos científicos, que podem oferecer uma nova perspectiva sobre o planeta.

A missão é inovadora porque sua trajetória vai cruzar ao longo de cinco dias diretamente os polos Norte e Sul, uma rota rara para missões espaciais tripuladas. Diferente das órbitas tradicionais, que seguem uma inclinação equatorial, a órbita polar permitirá aos astronautas observarem fenômenos atmosféricos únicos, como a aurora boreal e a aurora austral de pontos privilegiados do espaço.

Avanços científicos da missão

Além disso, os astronautas levarão a bordo 22 experimentos científicos focados em estudar os efeitos da microgravidade no corpo humano e em materiais espaciais. Entre os estudos, destacam-se pesquisas sobre osteoporose induzida pela ausência de gravidade, testes com novos polímeros para revestimentos espaciais e investigações sobre como os fluidos se comportam em ambientes extremos.

O lançamento da Fram2 representa um avanço para a SpaceX, que se consolidou como líder em missões espaciais privadas. Esta é a sexta missão tripulada composta por astronautas privados e a 16ª vez que a cápsula Crew Dragon é utilizada em operações orbitais.

A Crew Dragon, projetada para ser reutilizável, foi desenvolvida originalmente com financiamento da NASA para transportar astronautas à Estação Espacial Internacional (ISS), mas agora também permite missões comerciais inovadoras como esta.

Escolha da órbita polar

A escolha de uma órbita polar para a Fram2 abre portas para futuras missões espaciais com objetivos semelhantes. Esse tipo de trajeto poderia ser usado para monitoramento climático mais preciso, uma vez que permite coletar dados de regiões da Terra que são menos acessíveis para satélites em órbitas convencionais.

Historicamente, a última vez que astronautas realizaram uma órbita polar foi em 1969, com a missão secreta do programa espacial soviético Almaz. No entanto, essa missão nunca foi confirmada oficialmente. Dessa forma, a Fram2 pode ser considerada a primeira missão civil privada a realizar esse tipo de trajetória.

A nova missão reforça a ideia de que o futuro da exploração espacial passa cada vez mais pelo setor privado, abrindo caminho para projetos ambiciosos. Caso todos os objetivos sejam cumpridos, essa pode ser uma etapa precursora de outras missões com órbitas polares, preparando novas fronteiras para a exploração espacial.

Qual o futuro do mercado de trabalho com os avanços da IA?

Apesar das melhorias das inteligências artificiais, ações humanas seguem indispensáveis devido às limitações técnicas

A ascensão da inteligência artificial (IA) no mercado de trabalho tem gerado debates intensos sobre o futuro das profissões e a possível substituição de humanos por máquinas.

No entanto, apesar dos avanços significativos, a IA ainda não assumiu o controle dos empregos humanos. Um dos principais motivos é a incapacidade de sistemas como o ChatGPT de realizar múltiplas tarefas simultaneamente, o que ainda protege diversos trabalhadores. ​

Limitações técnicas da IA

A implementação da IA no mercado de trabalho ainda é incipiente. Por exemplo, em funções de atendimento ao cliente, chatbots precisam ser cuidadosamente programados para evitar erros, como fazer ofertas incompatíveis ou ofender clientes.

Empresas especializadas adotam treinamentos rigorosos e limitam as possibilidades de resposta dos chatbots para garantir um desempenho adequado. ​

A importância das habilidades humanas

A inteligência artificial é excelente para executar atividades específicas, mas ela ainda não tem a capacidade igual à do ser humano de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Além disso, a criatividade, empatia e pensamento crítico são habilidades intrinsecamente humanas que a IA ainda não consegue replicar.

Essas soft skills são essenciais em áreas como liderança, estratégia e inovação, onde a visão humana é insubstituível. ​

Transformação das profissões

Apesar dos avanços da IA, muitos especialistas defendem que a automação modificará as profissões em vez de apenas extinguir empregos. A história demonstra que novas tecnologias costumam criar oportunidades de trabalho, mesmo ao substituir funções antigas.

A inteligência artificial é capaz de automatizar tarefas repetitivas e operacionais, liberando os profissionais para se dedicarem a atividades mais estratégicas e criativas. Com seu avanço, o mercado de trabalho tem passado por transformações significativas, aumentando a eficiência das empresas ao automatizar diversas funções, embora isso também tenha reduzido a demanda por algumas ocupações.

Ao mesmo tempo, surgiram novas oportunidades em áreas como desenvolvimento e gestão de IA, análise de dados e cibersegurança. A adaptação tornou-se essencial, exigindo que profissionais adquiram novas habilidades, como pensamento crítico, criatividade e domínio de tecnologias emergentes.

Adaptação e desenvolvimento de novas habilidades

Com a crescente presença da IA, é fundamental que os profissionais busquem desenvolver novas habilidades e se adaptem às mudanças no mercado de trabalho. A educação continuada e a capacitação em áreas complementares à tecnologia serão diferenciais importantes para a empregabilidade no futuro.

Setores como desenvolvimento de algoritmos, ciência de dados e engenharia de machine learning estão em alta, exigindo especialistas para criar, treinar e aprimorar modelos de IA. Além disso, cresceram as demandas por profissionais de ética e governança em inteligência artificial, que garantem o uso responsável da tecnologia.

Outras carreiras surgiram na interseção entre IA e diferentes indústrias, como a automação no marketing, atendimento ao cliente e até na saúde, com diagnósticos assistidos.

Sobre o futuro do trabalho

Profissões ligadas ao desenvolvimento, manutenção e regulamentação da IA estarão em alta, assim como carreiras híbridas que combinam inteligência artificial com áreas como saúde, educação, direito e marketing. A adaptação e a capacitação contínua serão essenciais para os profissionais se manterem relevantes.

Assim, o futuro do trabalho não será sobre competir com a IA, mas sim sobre aprender a utilizá-la como uma aliada para aumentar a produtividade e inovação. Especialistas apontam para uma tendência de maior colaboração entre humanos e máquinas, aproveitando o que cada um tem de melhor a oferecer.

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Estudo revela importância da telemedicina nos atendimentos do SUS

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Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz revela que telemedicina e atendimento presencial têm eficácia equivalente no cuidado de pacientes com diabetes tipo 2

A telemedicina vem se tornando uma ferramenta fundamental no monitoramento de pacientes com doenças crônicas, como o diabetes tipo 2. Em pesquisa recente, conduzida pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz, desenvolvida no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), foi comprovado que as teleconsultas têm a mesma eficácia dos atendimentos presenciais no acompanhamento de pacientes com diabetes tipo 2.

O estudo analisou 278 pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em Joinville, Santa Catarina, com idades entre 54 e 68 anos, sendo 60% do sexo feminino. Os participantes foram distribuídos em dois grupos: um recebeu atendimento por teleconsulta com endocrinologistas, enquanto o outro passou por consultas presenciais.

Após seis meses, os resultados mostraram que ambos os grupos apresentaram melhorias significativas nos níveis de hemoglobina glicada, um indicador crucial para o controle do diabetes, sem diferenças estatísticas relevantes entre os dois métodos de atendimento. ​

Sobre a telemedicina

A telemedicina consiste na oferta de serviços médicos à distância, utilizando tecnologias como videochamadas, aplicativos e plataformas online. Com ela, os pacientes têm a possibilidade de consultar médicos, obter diagnósticos, receber prescrições e monitorar tratamentos, tudo sem precisar se deslocar até uma unidade de saúde.

Esse modelo facilita o acesso à saúde, especialmente para pessoas que vivem em áreas remotas ou têm dificuldades de locomoção. Além disso, a telemedicina contribui para a redução das filas em hospitais e clínicas, tornando o atendimento mais rápido e eficiente.

Telemedicina X Atendimento presencial

Em um artigo recente da Agência Brasil, a gerente de pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Rosa Lucchetta, destacou que o estudo não afirma que a teleconsulta seja superior ao atendimento presencial, mas reforça sua segurança e eficácia como uma opção viável. Essa conclusão é crucial para expandir o acesso a cuidados especializados, especialmente em regiões com escassez de profissionais de saúde.

A telemedicina já vinha sendo incorporada ao SUS como uma estratégia para reduzir filas e melhorar o acesso a especialistas. Em abril de 2024, o Ministério da Saúde anunciou uma política para ampliar o uso da telessaúde, visando oferecer cuidados integrados e reduzir o tempo de espera por consultas especializadas. ​

Além disso, a legislação tem avançado para regulamentar e expandir o uso da telemedicina no Brasil. Em janeiro de 2023, o Distrito Federal autorizou o atendimento por telemedicina nas redes pública e privada, estabelecendo diretrizes para a capacitação dos profissionais e garantindo a segurança dos pacientes. ​

Heranças da pandemia

A crise sanitária de COVID-19 acelerou a implementação da telemedicina, destacando seu potencial para transformar a prestação de serviços de saúde. Estudos internacionais também têm mostrado que a telessaúde pode aprimorar a qualidade e o acesso aos cuidados médicos, especialmente em regiões remotas.

Em resumo, a teleconsulta se apresenta como uma ferramenta eficaz e segura para o acompanhamento de pacientes com diabetes tipo 2, oferecendo uma alternativa viável ao atendimento presencial e contribuindo para a democratização do acesso à saúde no Brasil.​

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Fonte: Agência Brasil

O CDI pode reduzir a mortalidade em pessoas com insuficiência cardíaca?

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O cardiologista Victor Duque Estrada Zeitune analisa o impacto do uso de cardioversores-desfibriladores implantáveis (CDI) em pacientes com o distúrbio

Um artigo científico publicado pelo BMC divulgou um estudo realizado em novembro de 2024 com 5.450 pacientes que tinham insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER) e estavam em uso da terapia medicamentosa otimizada com as quatro classes de medicações recomendadas pelas diretrizes.

Nesta análise, pessoas que tinham um cardioversor-desfibrilador implantável (CDI) foram comparadas a pacientes sem o dispositivo. O CDI é semelhante a um marca-passo, mas com a capacidade adicional de aplicar choques elétricos ao coração quando detecta ritmos cardíacos perigosos.

O dispositivo monitora constantemente o ritmo cardíaco e, se necessário, pode aplicar estímulos leves para corrigir ritmos anormais ou administrar um choque elétrico (desfibrilação) para restaurar o ritmo normal do coração. O CDI é indicado para pacientes com alto risco de arritmias fatais.

Sobre a fração de ejeção reduzida (ICFER)

A análise também examinou o impacto do CDI na mortalidade de pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, condição em que o coração apresenta dificuldade para bombear o sangue de forma eficiente. A fração de ejeção (FE) representa a porcentagem de sangue que o ventrículo esquerdo ejeta a cada contração em relação ao seu volume total.

O estudo abrangeu pacientes que receberam o CDI tanto para prevenção primária quanto secundária. Esse dispositivo é uma tecnologia importante na cardiologia moderna, desempenhando um papel crucial na prevenção da morte súbita e na melhoria da qualidade de vida de indivíduos com doenças cardíacas graves.

Exemplo de posicionamento do cardioversor-desfibrilador implantável (CDI)

Atualmente, pacientes com ICFER são tratados com uma combinação de quatro classes de medicamentos, que já são comprovadamente eficazes na redução da mortalidade. No entanto, alguns estudos anteriores sugeriram que adicionar um CDI pode trazer benefícios adicionais, especialmente na redução de mortes súbitas.

Métodos e resultados do estudo

Dos 5.450 pacientes avaliados no estudo, 709 tinham dispositivos e estavam em uso de terapia medicamentosa otimizada, sendo 484 com CDI e 225 com ressincronizador, ou cardiodesfibrilador com terapia de ressincronização cardíaca (CDI-TRC), um dispositivo implantável usado para tratar pacientes com insuficiência cardíaca e descompasso na contração dos ventrículos.

No perfil dos pacientes participantes do estudo, aqueles que faziam apenas terapia medicamentosa eram mais velhos e apresentavam maior prevalência de pessoas do sexo feminino. A maioria dos pacientes do grupo CDI tinha histórico de infarto, fibrilação atrial e níveis mais elevados de NT-proBNP, biomarcador utilizado para avaliar a função cardíaca.

Avaliação individual para uso do CDI

Os resultados mostraram uma leve redução na mortalidade para os pacientes com CDI, principalmente em subgrupos específicos, como idosos e aqueles sem fibrilação atrial. Para algumas pessoas com insuficiência cardíaca, o cardioversor-desfibrilador implantável pode reduzir o risco de morte; no entanto, o benefício não é igual para todos, de modo que a decisão de usá-lo deve ser feita caso a caso.

A mortalidade constatada foi de 17,4% no grupo de terapia medicamentosa e 16,3% no grupo CDI. A redução absoluta do risco foi pequena e pode ter ocorrido devido ao número menor de pacientes na amostra. Porém, alguns subgrupos tiveram um benefício maior, o que sugere que a indicação do dispositivo deva ser individualizada e recomendada para os grupos com maior risco.

Por fim, o estudo revelou que o uso do CDI reduz a mortalidade por todas as causas em pacientes com insuficiência cardíaca e ICFER que estão em tratamento otimizado com terapia quádrupla. Além disso, o benefício parece ser mais expressivo em determinados subgrupos, como idosos, pacientes sem fibrilação atrial, aqueles com menor taxa de filtração glomerular e os que fazem uso do medicamento amiodarona.

Especialista consultado 

O médico Victor Duque Estrada Zeitune é um cardiologista natural do Rio de Janeiro com especializações em Cardiologia Clínica e vasta experiência em tratamentos cardíacos. Atuou em cargos de liderança, como diretor hospitalar e chefe de UTI, além de consultor em serviços de emergência.

O especialista também possui formação em Gestão de Saúde Empresarial. Em 2008, recebeu a Medalha Tiradentes da ALERJ por sua dedicação à saúde pública. Atualmente, o Dr. Victor Duque Estrada Zeitune é cidadão e investidor no Reino Unido, onde continua aplicando sua expertise em novos projetos.

Fotos:

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Rodrigo Castro Alves Neves destaca como a IA está reestruturando a gestão empresarial

Empresas de diversos setores já adotam a inteligência artificial em sua gestão, impactando a automação de processos e a administração do tempo

O avanço de tecnologias em nuvem, big data e inteligência artificial (IA) apresenta desafios e oportunidades para a gestão empresarial. Tendências do setor indicam que a aceleração tecnológica já não pode ser desconsiderada pelas empresas, uma vez que influencia diretamente no crescimento sustentável dos negócios.

Segundo a pesquisa Panorama de Gestão Fiscal e Financeira 2025, conduzida pela Qive em colaboração com a Endeavor, 79% das empresas no Brasil ainda não incorporam a IA em suas operações diárias. Dentre elas, 25% não têm planos de adotar essa tecnologia.

Essa resistência é percebida principalmente nas empresas dos setores financeiro e fiscal. Automatizar processos nessas áreas envolve alto risco e complexidade. Além disso, os colaboradores demonstram receio de serem substituídos, o que gera resistência à adoção dessas soluções.

A formação de profissionais é um dos principais desafios para as empresas que buscam incorporar a IA em seus processos. O estudo também revela que, nos próximos 12 meses, as organizações vão priorizar investimentos em tecnologia e capacitação, com destaque para as grandes empresas.

Avanços na gestão empresarial

A inteligência artificial pode ser um diferencial competitivo na gestão empresarial e deve ser vista como um meio, não um objetivo final. Ela atua como uma ferramenta de apoio, automatizando tarefas repetitivas e operacionais, o que possibilita que os profissionais dediquem mais tempo a atividades estratégicas.

O estudo mostrou que das empresas que utilizam IA, 77% a empregam para gerar relatórios e analisar dados, essa automação tem sido fundamental na transformação digital, reduzindo tarefas manuais e minimizando erros.

Para criar essa integração tecnológica, são necessárias três capacidades essenciais: organização de dados, integração de processos baseada em informações confiáveis e criação de soluções para otimização dos erros em tempo real.

Empresas que não adotam inteligência artificial em sua rotina enfrentam lacunas na tomada de decisões e na tabulação de dados, podendo perder oportunidades ou não conseguir identificar crises antes que se estabeleçam. Além disso, os negócios mais conservadores deixam de aproveitar benefícios na gestão de pessoas e na atração de novos talentos.

Nova era da gestão corporativa

A IA vem redesenhando a gestão empresarial, desafiando modelos de negócio e formatos de trabalho. Além dos avanços tecnológicos, a pandemia de covid-19 impôs novas regras e colocou em evidência a importância da gestão do tempo e do bem-estar dos colaboradores. Ao mesmo tempo, a inteligência artificial pode proporcionar às organizações um poder inédito para aprimorar operações e estimular a inovação.

A crescente complexidade e o impacto transformador da IA demandam uma nova estratégia de gestão empresarial. Especialistas indicam que as empresas não podem mais se apoiar em sistemas isolados que operam de forma independente. Agora, é fundamental adotar soluções integradas que estruturam dados e maximizam o potencial dessa tecnologia.

Sistemas como ERP (Enterprise Resource Planning), por exemplo, auxiliam na gestão financeira e na previsão de cenários com maior precisão. Esses softwares integram e automatizam os processos de uma empresa, permitindo aos colaboradores tomarem decisões estratégicas ao processar grandes volumes de dados.

Especialista consultado

Rodrigo Castro Alves Neves, economista graduado pela AEUDF/CEUB, possui mais de 30 anos de experiência em gestão empresarial. O empreendedor fundou sua primeira empresa nos anos 1990 e expandiu sua atuação na gestão dos negócios de sua família, as empresas Juiz de Fora Vigilância e Manchester Serviços. Nos anos 2000, fez parte da criação da EPS, Sete Serviços e IB Tecnologia, além de atuar como diretor financeiro na Federação do Comércio do Distrito Federal.

Em 2010, Rodrigo Castro Alves Neves fundou a holding Seven e, em 2016, adquiriu a Security Sata. Após o falecimento de seu pai, em 2020, assumiu integralmente a gestão das empresas, impulsionando seu crescimento sustentável. Com expertise nos setores de segurança, tecnologia, engenharia e nutrição animal, destaca-se em negociação, planejamento estratégico e governança corporativa, fortalecendo a reputação e a inovação dos negócios que lidera.

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Preservação do meio ambiente: Prefeitura de SP usa tecnologia de ponta

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Preservação do meio ambiente da capital paulista envolve vegetação e fauna, que são monitorados por meio de satélites

Para monitorar e registrar a vegetação e a flora da cidade de São Paulo, a Prefeitura utiliza várias tecnologias de ponta, com o objetivo de preservar o meio ambiente. Sendo assim, a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente utiliza o “Sensoriamento Remoto” e o “Processamento Digital de Imagens”, que dispõem de imagens de satélites para obter dados de modo remoto.

Preservação do meio ambiente na capital paulista

Para ocorrer a preservação do meio ambiente há um sensor do satélite que capta parte da radiação refletida pela vegetação e, a partir das imagens, é possível calcular um índice de vegetação para poder identificar sua presença e ausência em locais de interesse. Tal identificação é executada por comparação de registros de períodos anteriores, de modo que evidencie quando ocorrer uma alteração, sem ser necessário se deslocar até a área.

Vistorias

Já para o reconhecimento mais apurado e caracterização da vegetação e da flora são realizadas vistorias durante as quais são coletados diversos exemplares de plantas. Algumas espécies mais relevantes, como as ameaçadas de extinção ou exóticas invasoras, são mapeadas com auxílio de GPS Garmin. Durante as vistorias também são realizados registros fotográficos com uso da câmera Canon PowerShot, que obtêm imagens de alta resolução.

E depois da coleta botânica o material é levado ao Herbário Municipal, onde os materiais são prensados e deixados em estufas elétricas para secagem. Após secarem, as plantas são examinadas pelos botânicos em lupas estereomicroscópicas para serem identificadas.

O próximo passo é enviar essas informações para um banco de dados e as plantas são costuradas em cartolinas e etiquetadas, fase chamada de “montagem da exsicata”. Em seguida, são fotografadas e guardadas no acervo, um local com controle de temperatura e umidade, que mantém a planta preservada por centenas de anos.

Equipamentos

Vale destacar que todos esses processos são realizados com ajuda de diversos equipamentos tecnológicos, que possibilitam um monitoramento mais eficiente das áreas verdes, auxiliando a Prefeitura a preservar o meio ambiente.

Fonte: Foto de @Mojahid Mottakin na Freepik

Foguetes em auroras boreais: O que a NASA quer descobrir?

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Lançamento de foguetes em auroras boreais podem ajudar pesquisadores

A NASA quer lançar dois foguetes ao interior de auroras boreais. O objetivo é ajudar pesquisadores a entenderem o porquê de algumas auroras parecerem piscar, enquanto outras aparentam ter buracos. Os foguetes devem ser lançados a partir das instalações de Poker Flat Research Range, em Fairbanks, no Alasca, como parte de missões lideradas pelos físicos Marilia Samara e Robert Michell.

Lançamento de foguetes em auroras boreais

A primeira missão com foguetes em auroras boreais é a GIRAFF (sigla de “Ground Imaging to Rocket investigation of Auroral Fast Features”). O propósito aqui é comparar as auroras de pulsação rápida, que aumentam e diminuem o brilho algumas vezes por segundo, com as auroras piscantes, que fazem o mesmo processo até 15 vezes por segundo.

Já a segunda missão: Black and Diffuse Aurora Science Surveyor vai ajudar os cientistas a estudar as auroras negras, que possuem este nome porque elas parecem ter partes faltando, como se estivessem esburacadas. Sendo assim, a ideia é que o foguete atravesse esta aurora em busca de elétrons que podem estar se deslocando na direção invertida, criando tais áreas vazias. 

Lançamento das missões

A janela para o lançamento das missões se abriu no dia 21 de janeiro. No entanto, estudar estes fenômenos luminosos exige muito cuidado com o planejamento da missão. Neste caso, os pesquisadores vão determinar o horário ideal para o lançamento com câmeras em solo em um observatório a 209 quilômetros do local de lançamento dos foguetes.

Como ocorrem as auroras boreais e austrais

As auroras boreais e austrais ocorrem quando as partículas eletricamente carregadas do Sol se chocam com os átomos da parte alta da atmosfera da Terra e liberam energia em formato de luz. Apesar de os cientistas terem uma boa compreensão geral dos processos que culminam nas auroras, cada uma delas tem movimentos e comportamentos únicos. E entendê-los é um meio de investigar mais profundamente o clima espacial ao redor do planeta Terra.

Fonte: Foto de vichie81 na Freepik

Combate a incêndios florestais: Bracell emprega tecnologia de ponta para proteger meio ambiente

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Combate a incêndios florestais envolve uso de drones e câmeras termais, o que protege plantios e áreas nativas

A Bracell implementou novas tecnologias com o objetivo de aperfeiçoar a detecção e o controle de incêndios florestais. O uso de drones e câmeras termais permitiu um monitoramento mais eficaz, garantindo a proteção tanto dos plantios quanto das áreas nativas. Com isso, também consegue agir com mais eficácia para evitar que se alastrem.

Combate a incêndios florestais

Além disso, por meio dessa tecnologia é possível realizar o combate a incêndios florestais, sobretudo o controle de queimadas descontroladas. As câmeras são capazes de detectar sinais de fogo que possam evoluir para grandes incêndios florestais. As chamas são combatidas com rapidez e precisão, minimizando danos à vegetação. Além disso, o uso dessas ferramentas modernas se alinha ao compromisso da Bracell com a conservação do meio ambiente.

Uso de Tecnologia no Combate a Incêndios Florestais

O uso de tecnologia visa combater incêndios de áreas de influência na Bahia e em outros estados. Com o uso de drones e câmeras termais, a empresa detecta focos de calor com mais eficiência, contribuindo de modo significativo para sua estratégia de combate a incêndios, principalmente nos estágios iniciais.

Os equipamentos também desempenham um papel importante na prevenção de atividades ilícitas, como a caça predatória e o corte ilegal de árvores, uma vez que identificam indivíduos e objetos em ambientes de baixa visibilidade.

Estratégias Avançadas no Controle de Incêndios

Os dispositivos fornecem informações detalhadas sobre a quantidade de calor gerada pelas queimadas, permitindo avaliar se o fogo pode se expandir por outras áreas e elaborar a estratégia de combate. E isso engloba resfriar as bordas do incêndio ou utilizar uma manta de espuma para frear o avanço das chamas.

Tais ações protegem os plantios de eucalipto da Bracell, e também as áreas de mata nativa, assegurando que as propriedades vizinhas sejam resguardadas de possíveis incêndios florestais, protegendo a saúde e a vida das pessoas.

Registros e Prevenção de Ocorrências

Os drones utilizados estão em conformidade com as normas e são operados por profissionais qualificados da brigada de incêndio, com todos os planos de voo devidamente autorizados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O sistema integrado para registros de ocorrências usa dispositivos móveis que enviam informações precisas ao servidor central, sinalizando a localização dos focos de incêndio.

Programa Amigos da Floresta

Já o programa Amigos da Floresta, uma iniciativa da Bracell desde 2016, também faz uso dessas tecnologias de ponta. Essa iniciativa busca prevenir roubos de madeira, desmatamentos ilegais, caça e captura de animais silvestres. O trabalho é feito em parceria com a sociedade civil e órgãos públicos, como o Corpo de Bombeiros e o programa Bahia Sem Fogo, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente do Governo do Estado da Bahia.

Conscientização e Ações Comunitárias

O programa também é capaz de conscientizar as comunidades locais sobre os riscos dos incêndios florestais. As estatísticas da brigada revelam que 99% dos incêndios florestais possuem origem em ações humanas, seja por queimadas descontroladas ou incêndios criminosos, que frequentemente levam o fogo a se alastrar por áreas de preservação e de plantio.

Prevenção

Para prevenir esses problemas, as equipes da Bracell dialogam frequentemente com as comunidades, oferecendo instruções sobre como realizar a limpeza das terras de modo seguro, sem colocar as florestas em risco. As equipes também distribuem cestas básicas às famílias em situação de vulnerabilidade social.

Por fim, ainda há a disponibilização da linha telefônica 0800 284 4747, para denúncias e relatos de incêndios ou crimes ambientais, acessível a qualquer momento para a população.

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