Blockchain para ESG tem a finalidade de gerenciar créditos de carbono e de energia renovável
A Oxygea, fundo de corporate venture capital vinculado à Braskem, e a Indicator Capital somaram forças para coliderar uma rodada na brasileira Multiledgers, startup que desenvolveu uma solução baseada em blockchain para originar e gerir ativos ambientais.
Vale dizer que, atualmente, a tecnologia de contabilidade descentralizada já está dentro de diversos setores, como bancos e cadeias de suprimentos, explica o consultor de fundos Armin Altweger.
Blockchain para ESG
Em relação ao blockchain para ESG, a rodada de R$ 5,8 milhões teve um aporte de R$ 2,75 milhões de cada uma das gestoras. Já o valor restante veio do fundo colombiano Koyamaki Ventures.
Em nota, a Multiledgers explica que o aporte será usado especialmente para o desenvolvimento e aprimoramento da solução e da tecnologia, além de investimentos nas áreas: comercial, de marketing e administrativa.
Plano da startup
Com o investimento, o plano da startup é se preparar para o crescimento no mercado de RECs (Renewable Energy Certificates, ou Certificados de Energia Renovável), se posicionando como líder nacional e potencialmente global nessa área, que conforme dados da SP Global, deve movimentar aproximadamente US$ 100 bilhões até 2030.
Cases de sucesso
Entre os cases de sucesso da Multiledgers está a Eletrobras, que em 2023 emitiu 3,4 milhões de certificados de energia renovável. Do total, 2,6 milhões foram certificados RECFY, desenvolvidos pela empresa e comercializados em plataforma própria com tecnologia blockchain.
A Multiledgers também foi a responsável pelo desenvolvimento do sistema para que a companhia energética emitisse os RECFY e visa replicar esse modelo em outras empresas.
Sinergias e oportunidades
O investimento na Multiledgers integra uma das estratégias da Oxygea, que na sua fundação alocou US$ 150 milhões para investir em startups – US$ 100 milhões como veículo de CVC e outros US$ 50 milhões como venture builder em seu programa de aceleração Oxygea Labs.
A partir do novo aporte, o plano da Oxygea é também o de explorar sinergias como esta, à medida que empresas como a própria mantenedora do veículo, a Braskem, possui suas diretrizes de sustentabilidade, seja de forma voluntária ou impulsionada por regulação.
A plataforma, através da blockchain, permite que estas companhias adotem a auditoria de dados primários em tempo real, o que gera transparência e assertividade no rastreio, originação e certificação de ativos sustentáveis tais como RECs, créditos de carbono e de hidrogênio verde.
Além disso, a Multiledgers se encaixa na tese do seu fundo 2, voltado a startups que desenvolvem serviços e produtos associados à Internet das Coisas e que soma mais de R$ 333 milhões em investimentos.
Por fim, a tecnologia blockchain é fundamental para a integridade dos dados coletados por sensores e dispositivos, gerando uma auditoria contínua da informação, além de se destacar no mercado de green bonds, com grande potencial de crescimento.
Fonte: Foto de Frolopiaton Palm na Freepik