Com mais de 25 anos de experiência, dermatologista explica como técnicas modernas, como o long hair e o non shaving capilar, elevam o padrão do transplante capilar
A busca por soluções eficazes contra a calvície tem crescido no Brasil e no mundo. Dados da Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar (ISHRS) indicam que, nos últimos dez anos, o número de transplantes capilares aumentou mais de 60%, impulsionado pelos avanços tecnológicos e pelo desejo de resultados cada vez mais discretos.
O dermatologista Dr. Stanley Bessa, referência em cirurgia dermatológica e transplante capilar, explica que as técnicas atuais revolucionaram a forma como os procedimentos são realizados. “Hoje, conseguimos oferecer resultados que se confundem com a natureza dos fios originais do paciente. A ideia é que ninguém perceba que houve transplante, apenas que a pessoa recuperou sua densidade capilar”, afirma.
FUE: a técnica que mudou o padrão do transplante capilar
Uma das principais evoluções é o método FUE (Follicular Unit Extraction), que substituiu procedimentos mais invasivos. Nesse método, as unidades foliculares são retiradas individualmente da área doadora, geralmente a parte posterior da cabeça, e implantadas nas regiões com menor densidade de cabelo.
“Diferente das técnicas antigas, que deixavam cicatrizes lineares, o FUE garante uma recuperação mais rápida e praticamente imperceptível. O paciente retorna às suas atividades habituais em poucos dias, com um resultado mais natural”, explica Dr. Stanley.
De acordo com a ISHRS, cerca de 67% dos transplantes realizados no mundo já utilizam o FUE, confirmando sua popularidade e eficácia.
Microimplantes e a busca pelo detalhe perfeito
Além do FUE, os microimplantes capilares são outra inovação que tem elevado o padrão dos procedimentos. Essa técnica consiste em inserir fios em microincisões planejadas milimetricamente, respeitando a direção e o ângulo do cabelo original.
“O segredo está no detalhe. A naturalidade do transplante depende da precisão no posicionamento de cada fio. Hoje temos instrumentos que permitem uma inserção delicada, sem danificar os folículos, e isso garante um resultado muito próximo do natural”, destaca o especialista.
Novidades que não param de surgir
Os avanços em transplante capilar também chegaram a áreas mais específicas e a procedimentos que preservam a estética do paciente durante a recuperação. Entre eles, destacam-se três métodos cada vez mais procurados: o transplante de sobrancelha, o long hair transplant e o no shaving FUE.
Essas técnicas ampliaram as possibilidades de quem busca resultados naturais sem abrir mão do conforto estético. “Hoje conseguimos oferecer alternativas que respeitam a individualidade de cada paciente, seja para corrigir falhas nas sobrancelhas, seja para realizar o transplante sem a necessidade de raspar o cabelo. A ideia é que o paciente se sinta bem desde o primeiro momento”, explica.
Transplante de sobrancelha
Muito procurado por pacientes que perderam densidade na região devido a traumas, excesso de depilação ou simplesmente por características genéticas, o transplante de sobrancelha exige extremo cuidado técnico.
“O trabalho é artesanal. Cada folículo precisa ser implantado no ângulo e na direção corretos, respeitando o desenho natural da sobrancelha. Isso garante harmonia facial e naturalidade no olhar”, observa o dermatologista.
Long Hair Transplant
O Long Hair Transplant, uma derivação da técnica FUE, consiste em implantar fios já longos, em vez de cortados, o que permite visualizar de imediato como será o resultado final.
“Esse método tem um impacto emocional muito positivo. O paciente deixa o consultório já percebendo a mudança, sem precisar esperar meses para ver o cabelo crescer”, destaca.
No Shaving FUE
Já o No Shaving FUE se tornou uma das alternativas mais buscadas por quem deseja discrição. Nesse procedimento, não é necessário raspar toda a cabeça, apenas pequenas áreas estratégicas da região doadora, que ficam ocultas entre os fios existentes.
“Muitos pacientes têm receio de raspar o cabelo por questões estéticas ou profissionais. O No Shaving permite que o transplante seja realizado sem alterar a aparência no dia a dia”, explica o especialista.
Com essas técnicas, o transplante capilar amplia seu alcance, oferecendo soluções personalizadas e ainda mais alinhadas às expectativas estéticas dos pacientes.
Quem pode se beneficiar do transplante capilar?
De acordo com o dermatologista, homens e mulheres com alopecia androgenética (calvície hereditária) são os principais candidatos. Mas outras situações também podem ser tratadas com transplante, como falhas causadas por traumas, queimaduras, cicatrizes ou até mesmo excesso de procedimentos estéticos mal realizados.
“É fundamental uma avaliação médica criteriosa, porque nem todos os tipos de queda de cabelo são candidatos ao transplante. Em alguns casos, é necessário tratar primeiro a causa da perda capilar para só depois pensar no procedimento cirúrgico”, ressalta.
O preparo e a recuperação
Antes do transplante, o paciente passa por uma bateria de exames clínicos e laboratoriais. O objetivo é garantir que a saúde geral esteja adequada para o procedimento.
A cirurgia é realizada com anestesia local e pode durar de 4 a 8 horas, dependendo da área a ser preenchida. Após o procedimento, recomenda-se repouso relativo e cuidados específicos, como evitar exposição solar e traumas na região.
“A recuperação é cada vez mais tranquila. Em uma semana, o paciente já pode retomar boa parte das atividades, e os fios começam a crescer gradualmente a partir do terceiro mês. O resultado final costuma ser visível entre 9 e 12 meses”, explica o médico.
Impacto na autoestima
O impacto do transplante capilar vai além da estética. Segundo pesquisa da American Academy of Dermatology, mais de 80% dos pacientes relatam melhora significativa na autoestima e na qualidade de vida após o procedimento.
“O cabelo está diretamente ligado à identidade e à autoconfiança. Quando conseguimos devolver essa característica ao paciente, não estamos apenas tratando uma questão física, mas também fortalecendo o emocional”, ressalta.
Cuidados pós-transplante
Para garantir resultados duradouros, é essencial adotar uma rotina de cuidados. Entre as orientações mais comuns estão:
- Seguir rigorosamente as recomendações médicas.
- Evitar esforço físico intenso nas primeiras semanas.
- Manter uma alimentação balanceada, rica em proteínas e vitaminas.
- Utilizar os medicamentos tópicos ou orais prescritos.
- Realizar acompanhamento médico regular.
“O transplante é apenas uma etapa. O paciente precisa entender que manter a saúde dos fios exige disciplina e acompanhamento contínuo”, orienta o especialista.
Futuro dos transplantes capilares
Com a constante evolução tecnológica, novas técnicas continuarão sendo lançadas. Estudos em andamento investigam, por exemplo, o uso de células-tronco e bioengenharia capilar, que prometem ampliar ainda mais as possibilidades de tratamento.
“Estamos vivendo uma era de transformações na dermatologia capilar. O futuro aponta para métodos menos invasivos, mais rápidos e ainda mais naturais. O paciente pode esperar resultados cada vez melhores”.
Sobre o Dr. Stanley Bessa
Dr. Stanley Bessa (CRM 35165 / RQE 33407) é dermatologista com mais de 25 anos de experiência, especialista em cirurgia dermatológica e transplante capilar. É formado pela UFMG e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), possui diversas pós-graduações nas áreas de Alergia, Imunologia, Estética e Cirurgia Dermatológica.
Atua como sócio da Neofolic e parceiro do Instituto Brasileiro de Medicina Capilar (IBRAMEC), onde também ministra cursos para médicos. Hoje, divide sua atuação entre Minas Gerais e Brasília, consolidando-se como referência nacional em transplante capilar e dermatologia estética.
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