O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e a Finep confirmaram nesta quarta-feira uma nova rodada de investimentos que alcança R$ 1 bilhão. O pacote será distribuído por meio de dois editais do Pró-Infra, programa voltado ao fortalecimento da infraestrutura científica do País. O anúncio reforça a estratégia do governo de acelerar a modernização de laboratórios, estimular a produção de conhecimento e apoiar projetos que integrem pesquisa e desenvolvimento em setores considerados essenciais para o futuro brasileiro.
A agenda da pasta incluiu a divulgação dos detalhes das chamadas públicas que começarão a receber propostas de Institutos de Ciência e Tecnologia, tanto públicos quanto privados comunitários. Na prática, o objetivo é melhorar as condições de trabalho de equipes científicas, ampliar capacidades de experimentação e montar estruturas capazes de sustentar pesquisas em temas estratégicos.
O primeiro edital, batizado de Pró-Infra Expansão 2025, reserva R$ 500 milhões para iniciativas de modernização e ampliação. As instituições interessadas poderão apresentar projetos voltados à compra de equipamentos, construção ou adaptação de instalações, execução de obras de engenharia e outras ações que resultem na melhoria concreta de ambientes de pesquisa. A chamada contempla projetos institucionais, o que significa que a proposta deve representar uma ação de impacto para a instituição como um todo e não apenas para um laboratório isolado.
O histórico recente do programa mostra a relevância da iniciativa. Na rodada anterior, também com orçamento de R$ 500 milhões, foram selecionados 67 subprojetos distribuídos entre 39 instituições. As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste tiveram participação expressiva e concentraram quase 40% dos investimentos. A Finep destacou na época que o resultado comprovava a importância de políticas de fomento capazes de reduzir desigualdades regionais na produção científica.
Centros temáticos ganham destaque na nova fase
A segunda chamada pública, igualmente orçada em R$ 500 milhões, foca um recorte temático. A linha financiará a criação e expansão de centros dedicados a áreas classificadas pelo governo como prioritárias para o desenvolvimento nacional. São seis frentes consideradas sensíveis para o avanço tecnológico e econômico do País, cada uma com desafios próprios e forte potencial de impacto.
Os projetos deverão se enquadrar em Cadeias Agroindustriais Sustentáveis, Complexo da Saúde, Infraestrutura Urbana e Mobilidade Sustentável, Transformação Digital, Bioeconomia com ênfase em descarbonização e transição energética, além de tecnologias voltadas à soberania e defesa nacionais. A ideia desses centros é consolidar ambientes que reúnam pesquisa aplicada, formação de recursos humanos, inovação e interação com setores produtivos.
As propostas precisarão apresentar soluções estruturantes, capazes de influenciar toda a cadeia envolvida em cada área temática. A Finep enfatiza que os centros devem buscar respostas a gargalos críticos, criando condições para gerar resultados econômicos, sociais e ambientais de largo alcance. Isso inclui desde iniciativas de longo prazo para enfrentar mudanças climáticas até novos modelos para produção agrícola sustentável ou projetos de digitalização de serviços essenciais em grandes centros urbanos.
O governo avalia que a combinação entre expansão da infraestrutura física e desenvolvimento de centros temáticos fortalece a capacidade de o País participar de cadeias globais de tecnologia. Também abre espaço para universidades e ICTs ampliarem a cooperação com empresas, setor público e organizações internacionais.
A ministra Luciana Santos afirmou que os editais representam um movimento importante para consolidar a soberania tecnológica brasileira. “Nunca antes o Brasil investiu tanto em ciência, tecnologia e inovação. Estes editais mostram nosso compromisso estruturante com universidades e ICTs, que são essenciais para que o Brasil avance em soberania, competitividade e inclusão”, declarou. Ela também ressaltou que o plano abrange o fortalecimento de laboratórios espalhados por todas as regiões, o que contribui para reduzir desigualdades. “Estamos modernizando laboratórios, fortalecendo capacidades de pesquisa e ampliando oportunidades em todas as regiões. É assim que construímos um Brasil mais justo, preparado e protagonista no cenário global”, disse.
Com o lançamento das duas chamadas, o MCTI e a Finep esperam atrair propostas que combinem maturidade institucional, relevância estratégica e potencial de transformação. O próximo passo será a abertura oficial dos prazos de submissão e a divulgação dos critérios de avaliação. A expectativa é que a nova rodada do Pró-Infra reforce a infraestrutura científica brasileira em áreas que ditarão os rumos da economia e da inovação nos próximos anos.
Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
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