IA na saúde brasileira: Com apoio do SUS, ferramenta é aprimorada

IA na saúde brasileira

IA na saúde brasileira, segundo estudo inédito, a tecnologia já está em implementação para beneficiar pacientes, médicos e prestadores de serviços

O estudo Inteligência Artificial na Saúde: Diagnóstico Qualitativo sobre o Cenário Brasileiro traça o panorama do segmento hoje, com o objetivo de identificar ideias, preocupações e expectativas da IA em relação a este nicho.

IA na saúde brasileira

O estudo sobre IA na saúde brasileira foi lançada na quarta-feira (4), por meio do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (Nic.br), em parceria com o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), durante o 1º Seminário do Observatório Brasileiro de Inteligência Artificial (OBIA), que ocorre em São Paulo.

OBIA

O OBIA reúne especialistas brasileiros e do mundo todo para discutir, monitorar e acompanhar os efeitos dessa tecnologia em diversos setores, integrando o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA).

O levantamento entrevistou especialistas e gestores, coletando dados sobre iniciativas em andamento em diversos nichos da saúde no Brasil. Isso inclui: gestão de dados, segurança da informação, ética, regulação, entre outros temas.

Os entrevistados indicam que o uso da IA pode melhorar os processos de assistência médica e gestão, expandindo a eficiência, diminuindo despesas e reduzindo a desigualdade na oferta de saúde.

Além disso, a tecnologia também pode beneficiar três frentes: melhorias para pacientes, profissionais de saúde e prestadores de serviços.

  • Para os pacientes, a Inteligência Artificial pode expandir o acesso aos serviços de saúde e melhorar a precisão nos diagnósticos;
  • Para os profissionais de saúde, os processos burocráticos são reduzidos, gerando ganho de tempo e agilidade nas decisões clínicas, com diagnósticos mais precisos e aumento da capacidade de atendimento em regiões com escassez de especialistas;
  • Já para os prestadores de serviço, se ganha em eficiência operacional, otimização de recursos e melhoria nos processos de gestão, logística e atendimento.

SUS como diferencial no desenvolvimento da IA

Em relação ao Sistema Único de Saúde (SUS) foi registrado como diferencial na obtenção de dados, em razão do grande volume de informações e diversidade, suficientes para o desenvolvimento de algoritmos e aplicações confiáveis.

Um exemplo prático dessa aplicação pode ser visto na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba (ISCMC), que implantou, no final de 2024, um Command Center hospitalar. A central de controle opera em tempo real, monitorando indicadores assistenciais e operacionais com foco em otimizar o uso de leitos, reduzir tempos de espera e melhorar o atendimento aos pacientes.

A estrutura já abrange setores estratégicos como Pronto Atendimento e Centro Cirúrgico, e exemplifica como a integração de dados — apoiada pela Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) — fortalece o uso da inteligência artificial e da análise preditiva em ambientes hospitalares filantrópicos.

Desafios

A pesquisa indica ainda que há desafios relevantes para que o uso da IA seja efetivo. Para isso, é preciso superar algumas barreiras para garantir a boa implementação da tecnologia. As principais barreiras a serem excedidas são:

  • Falta de estratégia nacional centralizada para estimular a IA na saúde;
  • Questões regulatórias específicas para o setor;
  • Deficiências na qualidade e na integração dos dados, que impactam o bom funcionamento da IA.

Cuidado com os dados dos pacientes

Aqui, o estudo fala sobre riscos na privacidade e segurança dos dados dos pacientes. Isso porque pode haver risco de vazamento de informações sensíveis, com a possibilidade de uso inadequado das ferramentas de IA.

Outro risco é a falta de consciência dos direitos dos usuários dos sistemas de saúde, evidenciando a necessidade de educação digital para a compreensão dos benefícios da tecnologia.

4 segmentos

O uso de inteligência artificial está em andamento em quatro segmentos: academia, equipamentos de saúde, poder público e mercado.

  • Na academia existe o desenvolvimento de algoritmos com destaque na diversidade populacional, na correção de vieses algorítmicos, com possíveis implicações sociais nocivas;
  • No mercado, a IA generativa pode criar produtos variados, como chatbots para atendimento a pacientes e ferramentas que otimizam diagnósticos por imagem;
  • No poder público, a digitalização e comunicação de dados entre computadores estão centralizados;
  • Nos equipamentos de saúde, há projetos voltados à assistência, ao diagnóstico e à gestão.

Fonte: Foto de rawpixel.com na Freepik

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