Deep techs: entenda conceito e como surgiu

Deep techs: entenda conceito e como surgiu

Deep techs contam com investimentos que chegaram a R$ 88 bilhões (US$ 18 bi) em 2021, segundo números mapeados pela Liga Ventures

As chamadas deep techs, startups baseadas em tecnologias científicas, já movimentam um setor de empreendedorismo relevante e possuem perspectivas importantes de crescimento.

Entenda a importância das deep techs

Segundo o Meeting the Callenges of Deep Tech Investing, realizado pelo Boston Consulting Group (BCG), o ecossistema de deep techs pode atrair de R$ 695 bilhões (US$ 140 bi) a R$ 993 bilhões (US$ 200 bi) em investimentos até 2025. Além disso, outra definição do estudo SGInnovate, determinou que elas são startups que atuam com inovação complexa lidando com problemas como tratamento de doenças, mobilidades, aquecimento global e desenvolvimento industrial.

Tecnologias de “ciência dura”

Por outro lado, o diretor de Projetos e Novos Negócios na Emerge Brasil, Lucas Delgado, explica que a definição de deep techs possui base em tecnologias de “ciência dura” (hard science).

“Capazes de resolver problemas atuais de alto valor agregado ou construir as organização do futuro. Embora essas soluções também possuam riscos científico e tecnológico em adição ao risco de mercado, são capazes de entregar um retorno acima da média ou proporcionar liderança de mercado para as empresas que investem.”

Liga Ventures

Conforme números mapeados pela Liga Ventures, apenas na Europa as deep techs receberam mais de R$ 41 bilhões (US$ 8,4 bi)  nos últimos anos, crescimento de mais de 25% na média histórica. De modo global, os investimentos direcionados a essas startups chegaram a R$ 88 bilhões (US$ 18 bi).

Criação do conceito

Lucas explica ainda que o conceito de deep tech nasceu em 2014 pela Swati Chaturvedi, definindo como empresas fundadas em uma descoberta científica ou verdadeira inovação tecnológica.

“Mas apesar de recente, o termo deep techs vem evoluindo e recebido diversos outros significados, como startups que possuem risco científico para seu produto funcionar (Nathan Benaich) ou tecnologias que adicionam ao risco ou descoberta científica o fator de soluções aos desafios fundamentais do mundo e aos problemas significativos (Joshua Siegel e Sriram Krishnan; e J. Siota e Prats).”

Inovação aberta

Do ponto de vista de inovação aberta, o diretor da Emerge Brasil relata que as deep techs são encaradas como agentes que só agregam valor a setores ou empresas que contam com áreas de P&D inteiramente estruturadas. Isso porque visam a longo prazo a necessidade de dezenas de milhões de dólares de investimento.

“No entanto, essa visão vem sendo desconstruída e está permitindo a muitas empresas acessar uma nova camada de inovação e criar vantagens competitivas únicas, uma vez que as deep techs podem entregar valor focadas no negócio atual ou na renovação do modelo de negócios, independente da estrutura de P&D da empresa.”

Por fim, ele diz que perspectivas são cruzadas (curto ou longo prazo) e com fofo estratégico (atual ou futuros negócios), pode-se utilizar uma deep tech para resolver um problema complexo e atual complexo do negócio (solução de problemas). Além disso, “pode aumentar a entrega de valor de um produto (melhoria da proposta de valor), expandir rapidamente os modelos de negócios (expansão do modelo de negócios) ou construir o futuro da organização (renovação corporativa). Em resumo, as deep techs são ferramentas de inovação aberta que podem ser utilizadas para alcançar os resultados estratégicos das organizações, sejam aqueles endereçados para melhoria dos produtos atuais ou aqueles focados no futuro da empresa”.

*Foto: Reprodução

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